quinta-feira, 11 de outubro de 2007

1: Cantar

Hoje descobri uma coisa nova que gosto de fazer. Isto é, não que nunca me tivesse ocorrido, mas acho que dificilmente me recordo de uma vez em que a tivesse posto em prática.

Falo de cantar. Concretamente, falo de cantar em voz alta, cantar para todo o Mundo, falo não de gravar um teledisco, mas de cantar na rua. Falo de passar as Amoreiras, passar o Marquês, sempre a cantar alto, sempre espalhando sons e libertando sonoros ruídos. Falo de o fazer de forma despreocupada, de forma tranquila e sozinho na minha música.

Acho que o não conseguiria fazer com outra pessoa a meu lado. A cantar em conjunto. Não que desafine muito, mas acho que já lá vai o tempo de cantar em público. Quem sabe. Quem sabe, um dia conseguirei novamente.

Hoje é-me impossível não considerar o cantar algo libertador. Algo natural e refrescante, a música é uma sinfonia de sentimentos.

Pena que só o possamos fazer a espaços. Pena que só o consiga fazer às 23h. Pena que não possamos exprimirmo-nos e libertar a alma a toda a hora, sem olhares preconceituosos.

Tenho pena de me importar com isto.

6 comentários:

Anónimo disse...

Bah...como te compreendo! que sentimento é este que nos impede de nos expandirmos?de nos mostrarmos como (realmente) somos? aqueles tiny little bits que ninguém sabe/conhece...

Rita disse...

Sinto q se te visse a cantar na rua mto provavelmente esboçaria um sorriso, e o meu olhar (aquele) seguiria os teus movimentos até te perder de vista. Desejaria copiar essa "coragem" de ser "mais eu"...


(perdona la invasion :> )

VV disse...

Filipa: não sei. Acho que modernamente, se chama "não fazer figuras tristes"... o que faz com que fiquemos cada vez mais só para nós...

Rita: mas n esboces à minha vista, senão a "coragem" desaparece! (de nada, eu tb entro sem bater às portas...)

Tosttas disse...

Tu não podes ser o VV que eu conheci. Esse tinha um riso incontrolável e dava sempre um bocado nas vistas, quando a meio de uma aula normal se partia a rir na cara dos professores.

Anónimo disse...

Sim, acho que somos constantemente pressionados pelo "não fazer figuras tristes" ou "isso não se diz" ou "isso não é normal"...na bélgica, onde estive 1 semana sozinha, este verâo, andava pelas ruas a olhar, a conhecer, sempre com os fones nos ouvidos...e cantava (mal) mas cantava e, numa das primeiras vezes na vida, borrifei-me para o q pensavam de mim...e soube tão bem!

VV disse...

Tosttas: é verdade, continuo a ter esse dom de me rir na cara das pessoas por qualquer motivo sem cabimento, mas isso é algo incontrolável... E ainda não perdi isso com 2 anos de trabalho... Ainda o ano passado me parti a rir de um cliente, sem me conseguir conter...

Filipa: pois, este verão quando estive em Budapeste, também andávamos pelas ruas a ver quem cantava Clap Your Hands mais "desafinadamente afinado", e confesso que às tantas o pessoal olhava para nós como se fossemos o Stalone a cantar... Mas sempre sem preocupações...!